quarta-feira, 8 de junho de 2016

o mar tarda








crónicas da xávega (167)


o mar tarda

o mar tarda este ano
tarda o peixe no saco
tarda o pão na boca

que inverno
depois deste verão
que nunca?

olho-as e penso
mulheres do mar da torreira
que mar é este?

por dentro de mim
corre uma tristeza por tudo
e não há nortada
que limpe o nevoeiro
que carrego

vivo de algumas memórias
outras me matam devagar

o mar tarda e eu

(torreira; companha do marco; 2013)

a albina e a aurora nos bordões da manga da mão de barca

https://ahcravo.com/2016/06/08/cronicas-da-xavega-167/

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