o aparelhar do saco
crónicas da xávega (179)
meditação breve
como areia por entre as malhas
dos dedos estes dias
tece-se a rede com fios de raiva
cansaço desespero
por vezes
caminha-se e é o mar
sempre o mar
que dá destino aos passos
não os homens
teima-se
teima-se muito
mas o carnaval é o ano inteiro
e não há máscara
que não caia ao anoitecer
acendo um cigarro
que não fumo
abro uma cerveja
que não bebo
e faço de conta que existo
para me rir de mim
(torreira; 2010)
https://ahcravo.com/2016/08/10/cronicas-da-xavega-179/
Nenhum comentário:
Postar um comentário