sábado, 1 de abril de 2017

tudo é nada



quando tudo acaba
o que começa?

quando o ter sido
não voltará a ser
o que resta?

quando o barco
vencer o mar
nem sempre os homens
se vencem

no fim do fim
não serei nada

encontrei
uma concha na areia
no recuar da onda
peguei nela
senti-lhe a leveza
na palma da mão

tudo era eu
tudo é nada

(torreira; 2016)

https://ahcravo.com/2017/04/01/cronicas-da-xavega-196/

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