sábado, 17 de março de 2012

Decapitação à Francesa

Por entre muros altos de pedras de arenito
Esquivando-se das cruéis flechas em fogo
Vejo-me invadindo a comarca inimiga
Na insensatez de um lúgubre rito.

Somente digo quem sou...
Abrindo mão de descer por um ralo depravado
Minha pulcra essência estará à mercê
Sei que só assim farei parte do seu legado.


Tenho a alma transbordando nesse doce momento
Um palpável amor que vai ao alto tormento
A devoção é promessa que nunca se viu abalável
Amparo é a certeza de jamais ser recusável.

Derramarei meu deleite ao máximo desatino
Seguirei suas pegadas nas areias quentes do destino
Em meus sonhos um querubim me confidencia...
Por trás dessa máscara negra há um mortal amável.

Por fim verá uma decapitação à francesa
Minha cabeça rolará por sobre o gramado
Na minha boca um sorriso estampado
Piscarei os olhos para a nobre condessa.

André Anlub


Imagem: web

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