quinta-feira, 29 de março de 2012

Ponderação Vespertina

A arrumação das palavras e o estilo próprio de cada indivíduo
Léxico finito de combinação infinita que faz da arte sua lança
O poder de atacar e tocar com as mãos de papel, deixando vestígios
Da singeleza que foi construída à complexidade do voo que alcança.

Quem nunca se rendeu a um poema?
Sentiu na carne de forma intensa o próprio dilema...
Dilema este que nunca foi só seu.

Vidas são como uma resma enorme recebendo rajadas de vento
Inventam que voam, buscando olhos com fome de leitura
Toda palavra por mais simples que seja quer ser lida
Por isso são vidas que voando se resumem em momentos.

Dom Quixote e seus cata-ventos, seus moinhos
Tom Jobim com sua poética que escurece pela manhã
Dom, que jamais pode transmigrar para altivez
Tom, que por sua vez não desafina em seus caminhos.

Insensatez que não deixa de ser metáfora
No quarto colorido e desarrumado dos vocábulos
A nossa cama está sempre feita...
E pela janela entra a lucidez.

André Anlub

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