recuso cantar o desejo
sublimado em palavras
no inventar de um corpo
sonho a percorrer
não é este o tempo de
quando tudo escasseia
até o pão da palavra
é ázimo
as ruas estão cheias
de bocas vazias
e tu cantas o corpo
o corpo que, sei lá,
não sabes se terias
trago as pedras da
calçada
para o teclado
atiro com elas ao monitor
onde um homem se diz
ser de raça
sem que se saiba de
que raça é
o raça do homem
que muitas somos
nenhuma a dele porém
o lado negro da luz
é cada vez mais
visível:
cortante
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