segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O que vale a pena.






Hoje rezei.
Orei.
Ladainhas.
Descarrego.
Bênçãos
Gritei aleluias, para espantar a consciência.
Chorei baixinho.
Remorso, coração pesado.
Minha vida.
Exijo ser puro.
Imaculado.
Julgo – me melhor.
Pois prego a palavra.
De Deus?
Do homem.
Ou que me é conveniente?
Invejo meu irmão.
Pelos bens que possui.
Rezo e canto, mas a inveja ainda corroeu a alma.
Desejo mais do que preciso.
Quero mais do que mereço.
Terços e ladainhas.
Lamurias de almas pesadas.
Chorar demais é só emoção?
Ou remorso?
Digo amém!
Esperando recompensas?
Espero receber algo em troca?
Barganha com Deus?
Deus não te dá nada.
Auxilia-te!
Queres bens materiais e fala em compaixão.
Fé.
Sim, dinheiro é bom.
Saber usá-lo melhor ainda.
Querer enriquecer...
Riquezas.
Quais as mais valiosas?
Qual levará após a morte?
Material, dinheiro, joias, carros, casas...
Levarás os seus atos, seu aprendizado.
E os sorrisos que proporcionou sem levar nada em troca.
Levará o bem feito anonimamente.
Levará o amor que praticou.
Suas preces.
Suas rezas.
Suas aleluias.
Seus pontos e cantos.
Suas orações...
Morreram com você.
E o remorso atormentará seu espírito.
E lamurias não serão suficientes.

Micael A. Andrade

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