domingo, 11 de novembro de 2012

10 Toques de madeira...


Santos de madeira 

Pés descalços pisam nas britas 
Parecem pequenas brasas 
Colher de boia fria na marmita 
Colher de pedreiro nas mãos 
Ensaiando seu karatê. 

Cheirando cimento Colando o pulmão 
O sol fulgente e quente 
Cortando de um lado ao outro 
O céu mais limpo. 

Rito habitual 
Frito obituário 
Às vezes pisca para a esperança 
E o sol ri da sua cara 
E ele, cá embaixo, suando em bicas 
Pensa que há uma missão a ser feita. 

 Nas horas vagas é escultor 
Faz santos de madeira 
Com a ponteira acerta os pontos 
O cinzel talha o formato 
A plaina alisa a vida 
E o verniz como o brilho nos olhos 
Da lágrima que se mescla ao suor. 

 André Anlub®

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