sábado, 3 de novembro de 2012

sufocar o terror


anos muitos serão noventa
inocência pureza
olham-me para além de
mãos céleres nas résteas
um povo uma história um desejo

o país que sonhei para ti
não é este
muito menos o que te querem
ofertar
insónia fome dor

beijar-te os olhos
pedir desculpa
se não for capaz de resistir
tu mereces tudo o que te
querem retirar
e é tão pouco o que te tens

os modelos não têm povo dentro
têm fórmulas concebidas por gente
que desconheces
criadoras de mundos outros
não aquele
que sonhei para ti

não é este o país
que te queria ofertar
nem é este o país
que tu gostarias de deixar

roubados somos
espoliados de nós
resta-nos ser a réstea
a sufocar o terror


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