sábado, 16 de fevereiro de 2013

Rildo de Deus no Castanha Mecânica (“Uma Jaca Jacaiu Perto de Tu?”)



Quem será capaz de responder a interessante indagação de Rildo de Deus? Ora, a sonora pergunta do jovem poeta e estudante de filosofia pode até ser respondida monossilabicamente. Mas, convenhamos, antes ela nos põe para pensar na estranheza da pergunta. Uma estranhaleza, conforme cantou a Aguilar e a Banda Performática, eu diria. A poesia em prosa e a prosa poética de Rildo de Deus aqui presentes perguntam: Uma Jaca Jacaiu Perto de Tu?

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POEMA PARA ÍCARO

Lembro-me daquele dia. Faz tempo. Antão do Egito tinha ido me visitar.
Contou-me da estória de Dédalo fugindo pelo ar.
Chico. O velho Chico recitava: CHUÁ-CHUÁ! 
Na fumaça do cachimbo
Sete vezes um barco pintava lá.

Terra seca, o sol a queimar
Gotas de cera pingavam do alto.
Caiam no rio como se o sol tivesse a chorar.
A água ficou azul cor de mar e
As telhas lá de casa começaram a estralar.

Caiam pedaços de cera, pena e papelão
E depois nunca mais nevou no sertão.
Logo menos era Ícaro caindo com a cabeça no chão.
Antão tinha água do Nilo.
Eu tirei água do cacimbão.
Jogamos na cara de Ícaro e começou-se a confusão.

Rildo de Deus
  

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Fred Caju estará sempre por aqui aos sábados, pontualmente às 16:20. “Pague pra ver que eu aposto”. Grande abraço a todos do TRIBUNA ESCRITA!
       

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