sábado, 20 de abril de 2013

Carlos Costa no Castanha Mecânica (“O Homem da Rosa”)



O Homem da Rosa é um romance de Carlos Costa cuja primeira edição data de 1987. A obra recebeu indicação ao Prêmio Jabuti de Literatura no ano seguinte. 25 anos depois o projeto Castanha Mecânica disponibiliza a obra em seu acervo online. O romance de Costa é regado por filosofia, humanidade e sensibilidade. O Homem da Rosa não deve ser lido apenas pelos olhos, mas pela alma.

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PREFÁCIO

Há muitos anos, em plena flor da mocidade, recebi de uma pessoa desconhecida, no dia do meu aniversário, um buquê de rosas vermelhas. Desde aquele dia, busquei entender o significado do presente, mas não encontrei uma resposta definitiva. Desconhecendo a sua origem, impossível foi estabelecer um relação significativa entre mim e aquele buquê tão belo.
Anos mais tarde, novamente a cena se repetiu. Só que, mais atento, não procurei saber a origem do presente, mas simplesmente descobrir o significado da rosa. Então, após muitas observações, só consegui entender a rosa como a própria vida: bela e frágil. As pétalas são formadas da mesma maneira que se forma a vida e, ao longo da existência, as pétalas vão se soltando, como também acontece na vida.
Talvez a minha rosa não seja a mesma rosa dos poetas, não seja a face corada da mulher amada, nem a beleza formosa da moça. Também não se parece com a peça de latão que encaderna os livros, nem com o mostrador de agulhas de merear. Nada se parece, ainda, com a rosa-dos-ventos a mostrar os trinta e dois raios da circunferência do horizonte.
Minha rosa pode ser tudo e também pode não ser nada. Mas, verdadeiramente, minha rosa é a vida real, é a busca desesperada de respostas, é a busca do tempo perdido, do tempo esquecido, dos valores esquecidos, do amor esquecido, da dor doída, do tudo, do nada.
Apresento um homem da rosa sem idade, sem passado, presente, futuro. Um homem que discute temas comuns, em lugares comuns e que busca respostas. Um homem que mostra que a vida é formada em círculos de onde se sai é para onde se vai. Enfim, apresento um homem-quase-comum, igual a você, a mim, a nós, que buscamos respostas. 

Carlos Costa
 



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Fred Caju estará sempre por aqui aos sábados, pontualmente às 16:20. “Pague pra ver que eu aposto”. Grande abraço a todos do TRIBUNA ESCRITA!
       

Um comentário:

  1. Acabei de ler seu livro.Achei lindo!Tem uma leitura fácil,principalmente para quem ainda não está focado nos preâmbulos de seu Eu Interior e,provávelmente,irá despertar muitas consciências.Além de parágrafos e frases de que gostei muito,uma me chamou especialmente a atenção:"A morte é o "para sempre"da vida".É isso aí.Tão simples e tão verdadeiro.Tão CIENTÍFICAMENTE verdadeiro,para aqueles que só acreditam na Ciência!...Aqui lhe deixo,com muito carinho,meu abraço Português.

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