sexta-feira, 3 de maio de 2013




Escrevinhador de inteira tigela

Não me observo mais em ingênuos instantes
só quando as toalhas molhadas estão em cima da cama.
Onde está o meu sonho de morar numa praia distante?
Perdeu-se ao preocupar-me com uns pedaços de panos.

Quero parar de procurar meus escritos perdidos
e  meus livros rasurados que foram jogados à toa.
Deixei a paleta sem tinta e o meu colorir sem aquarela.
Deixei vazia a panela, não fui mais pescar na lagoa.

Disfarço e não vejo meus textos sem nexo
nem os sonetos sem rima de um sentimentalismo perplexo.
O meu ser já perdeu a transparência intacta
sendo um homem de lata, sem coração nem reflexo.

Enfim, quiçá, eu seja insano escrevinhador
que às vezes conduz a dor, deixando o amor conservado.
Mas naquilo com esmero, um deslumbrado sincero
que tem quentura e frieza, no escrever que me presto.

André Anlub®
(18/04/13)

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