sexta-feira, 31 de maio de 2013

ti antónio neto








foi tempo, ti antónio
mais um verão
em que demos os sorrisos
palavras poucas
mar tanto
peixe algum

foi tempo, ti antónio
cerra-se agora a névoa
sobre a praia
e só a memória tudo aclara

foi tempo, ti antónio
guardo ainda o abano de penas de gaivota
feito em dias de menos mar
pendurado na corda da roupa
à espera de quem passe e queira comprar

guardo mais, ti antónio
guardo um sorriso de criança
nuns olhos azuis
perdidos sempre mais além

além onde você agora
ti antónio

além ao pé de nós

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