segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Amizade virtuosa na esfera virtual



Para muitos de nós, a virtualidade é um fato pertinente e favorável no cotidiano das relações, na resolução de problemas de ordem prática do dia a dia, e nos processos de trabalho, dando-nos certo conforto. Mas é um mal necessário, que se não existisse, faria falta?
Às vezes, fico pensando que muita gente com quem trocamos ideias na rede, se a internet e as plataformas sociais não tivessem surgido em nossa sociedade, jamais as teríamos sequer “conhecido”. Para alguns de nós, uma aproximação real com alguém do mundo virtual é facilmente praticável, e quando isto ocorre, as coisas podem se tornar mais prazerosas ou acabar em decepção. É um risco como tudo na vida.
Afirmo por experiência própria. Mas acredito que é válido sair da zona de comodismo e tentar uma aproximação maior. Pesquisadores da área do comportamento humano têm suas interpretações sobre esse fenômeno novo nas relações: a virtualidade. E constroem argumentos e conclusões a partir dele. Acreditam que uma das características fundamentais da amizade (ou do relacionamento amoroso) é a sinceridade, e nem sempre podemos contar com ela na rede.
Pois as barreiras de tempo e espaço e do não presencial possibilitam idealizações que preenchem os indivíduos diante das próprias inquietações e frustrações. Ou seja, alguém que faz muitos “amigos” e até mantém algum caso amoroso no meio virtual, pode brincar com esse processo imaginário e a sua personalidade e temperamento não ficar claro na mente do outro (com quem se relaciona) e vice-versa. Particularmente, não vejo muita graça nisso.
Geralmente, encontramos e vivemos padrões em quase tudo na vida, não é mesmo? E isto acontece também na rede social. Os que se “aproximam” virtualmente, sem se conhecerem pessoalmente, orientam-se por estilo de vida semelhante, por admiração, por interesse na imagem do outro e etc. São muitos os motivos. Também há aqueles casos de antigos colegas de escola ou faculdade se adicionarem, ou porque já trabalharam juntos e etc. E nem sempre ou raramente conversam.
No universo virtual, todos nós temos condições de beirarmos à perfeição, de mantermos relações virtuosas e de só mostrar o lado bom que temos. Mas isto não tem muito a ver com a realidade não.
Em minha opinião, e talvez, você ao ler este texto vá concordar comigo, as redes sociais deveriam funcionar como um “encontro inicial” para uma continuidade posterior, onde ambas as pessoas possam estar lado a lado, cara a cara presencialmente e estreitar os laços que as aproximaram.
O razoável para a troca de mensagens com alguém de que se gosta na internet advém da distância física mesmo, onde as pessoas se encontram longe geograficamente umas das outras, e por isso mantêm contato via rede. Fora isto, cansa e se torna até frustrante.
O mais engraçado é que nas próprias redes sociais percebemos critérios para as amizades que cultivamos nesse ambiente virtual, como explica a socióloga americana Jan Yager: informal, íntimo e melhor amigo. “Seja com reuniões no ciberespaço ou em filas no correio, ainda leva algum tempo para que cada um conquiste a confiança do outro e a relação passe de conhecidos a amigos informais, íntimos ou melhores amigos”. Fonte: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br
As vantagens de interagir virtualmente são muitas, assim como as desvantagens. Dentre as vantagens estão: você não necessariamente precisa estar presente fisicamente para encontrar alguém (temos o Skype e os chats) e conversar; não há preocupação com a aparência, pois na rede, você pode ser até bonito (mesmo se esse não seja seu padrão); você mente com mais facilidade e ninguém descobre... E dentre as desvantagens, listam-se: existem incertezas com relação ao outro; saudade da presença física e desejo de conhecer pessoalmente a pessoa e esta não estar disponível; você trocar ideias com gente esquisita ou até um psicopata e nem desconfiar disso; há maior probabilidade de se criar ilusões a respeito do outro e etc. É o imaginário que predomina.
Inclusive, social e suas derivações, atribuem ideias relativas a um processo contínuo de relacionamento, e a máxima de toda e qualquer relação, para ser saudável, é a confiança.
Reflita sobre isso!

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