Para muitos de nós, a virtualidade é um fato pertinente e
favorável no cotidiano das relações, na resolução de problemas de ordem prática
do dia a dia, e nos processos de trabalho, dando-nos certo conforto. Mas é um
mal necessário, que se não existisse, faria falta?
Às vezes, fico pensando que muita gente com quem trocamos
ideias na rede, se a internet e as plataformas sociais não tivessem surgido em
nossa sociedade, jamais as teríamos sequer “conhecido”. Para alguns de nós, uma
aproximação real com alguém do mundo virtual é facilmente praticável, e quando
isto ocorre, as coisas podem se tornar mais prazerosas ou acabar em decepção. É
um risco como tudo na vida.
Afirmo por experiência própria. Mas acredito que é válido
sair da zona de comodismo e tentar uma aproximação maior. Pesquisadores da área
do comportamento humano têm suas interpretações sobre esse fenômeno novo nas
relações: a virtualidade. E constroem argumentos e conclusões a partir dele.
Acreditam que uma das características fundamentais da amizade (ou do
relacionamento amoroso) é a sinceridade, e nem sempre podemos contar com ela na
rede.
Pois as barreiras de tempo e espaço e do não presencial
possibilitam idealizações que preenchem os indivíduos diante das próprias
inquietações e frustrações. Ou seja, alguém que faz muitos “amigos” e até
mantém algum caso amoroso no meio virtual, pode brincar com esse processo imaginário
e a sua personalidade e temperamento não ficar claro na mente do outro (com
quem se relaciona) e vice-versa. Particularmente, não vejo muita graça nisso.
Geralmente, encontramos e vivemos padrões em quase tudo na
vida, não é mesmo? E isto acontece também na rede social. Os que se “aproximam”
virtualmente, sem se conhecerem pessoalmente, orientam-se por estilo de vida
semelhante, por admiração, por interesse na imagem do outro e etc. São muitos
os motivos. Também há aqueles casos de antigos colegas de escola ou faculdade
se adicionarem, ou porque já trabalharam juntos e etc. E nem sempre ou
raramente conversam.
No universo virtual, todos nós temos condições de beirarmos à
perfeição, de mantermos relações virtuosas e de só mostrar o lado bom que
temos. Mas isto não tem muito a ver com a realidade não.
Em minha opinião, e talvez, você ao ler este texto vá
concordar comigo, as redes sociais deveriam funcionar como um “encontro inicial”
para uma continuidade posterior, onde ambas as pessoas possam estar lado a lado,
cara a cara presencialmente e estreitar os laços que as aproximaram.
O razoável para a troca de mensagens com alguém de que se
gosta na internet advém da distância física mesmo, onde as pessoas se encontram
longe geograficamente umas das outras, e por isso mantêm contato via rede. Fora
isto, cansa e se torna até frustrante.
O mais engraçado é que nas próprias redes sociais percebemos
critérios para as amizades que cultivamos nesse ambiente virtual, como explica
a socióloga americana Jan Yager: informal, íntimo e melhor amigo. “Seja com reuniões no ciberespaço ou em filas no correio, ainda leva
algum tempo para que cada um conquiste a confiança do outro e a relação passe
de conhecidos a amigos informais, íntimos ou melhores amigos”. Fonte: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br
As vantagens de interagir
virtualmente são muitas, assim como as desvantagens. Dentre as vantagens estão:
você não necessariamente precisa estar presente fisicamente para encontrar
alguém (temos o Skype e os chats) e conversar; não há preocupação com a
aparência, pois na rede, você pode ser até bonito (mesmo se esse não seja seu
padrão); você mente com mais facilidade e ninguém descobre... E dentre as desvantagens,
listam-se: existem incertezas com relação ao outro; saudade da presença física
e desejo de conhecer pessoalmente a pessoa e esta não estar disponível; você
trocar ideias com gente esquisita ou até um psicopata e nem desconfiar disso; há
maior probabilidade de se criar ilusões a respeito do outro e etc. É o
imaginário que predomina.
Inclusive, social e suas
derivações, atribuem ideias relativas a um processo contínuo de relacionamento,
e a máxima de toda e qualquer relação, para ser saudável, é a confiança.
Reflita sobre isso!
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