domingo, 16 de novembro de 2014

Medicina do ABC por Nevino Antonio Rocco



Médicos formados na primeira turma, 1974, comemoraram seu quadragésimo aniversário! A bela reportagem de Cultura & Lazer faz-me recordar as dificuldades que experimentamos no Conselho de Curadores da mantenedora FUABC para oficializar a Faculdade. Com esse principal objetivo, fomos nomeados com carta branca para alcançá-lo. Por S.Bernardo, eu, drs. Atilio Zoboli e Sérgio Mancuso. Por Santo André, drs. Oseas Castro Neves, José Amazonas e Francisco Cocci. Por S.caetano, drs. Eneas Chiochetti, (escapam-me os outros dois nomes no momento, perdoem-me).
Tudo nos favorecia. Parecer da comissão do MEC formada por catedráticos das nossas mais respeitadas universidades só trazia elogios. A Delegacia do Ministério em São Paulo, na pessoa da dra. Dalva Souto Maior (minha colega de turma) idem. Mas tínhamos um abeceano que nos bombardeava no Conselho Federal de Educação, segundo a professora Esther Figueiredo  Ferraz, que lá nos defendia. Vencemos desse Conselho. Sobrava a burocracia do MEC. Exigiram-nos, até, que alterássemos a denominação que nasceu Fundação Universitária do ABC para suprimir o termo "universitária", o que demandou projeto de lei aprovado pelas três Câmaras Municipais. Somavam-se novas exigências a cada ida a Brasília ao ponto de, certa feita, termos exigido que nos apresentássemos todas as exigências a cumprir. Eis que, então, um emissário da corrupção, que pretendia uma certa compensação, procurou os prefeitos pedindo nossa substituição se quisessem oficializar a escola. A firmeza, principalmente, de Antonio Pezzolo, de Santo André, nos manteve no posto. Não bastou! A praga passou a importunar os vereadores, chegando a reunir-se secretamente, primeiro com os de Santo André. Depois, na Caixa D'água de Nova Petrópolis, com os de S. Bernardo!
Eis que, convidado Ney Braga, para assumir o Ministério, nosso companheiro Oseas Castro Neves, seu colega de Faculdade em Curitiba, fez com ele contato e, como então nos revelara, prometera-lhe que, em assumindo a pasta, seríamos recebidos em sua primeira audiência. Assim foi. Historiados os fatos, chamou sua assessoria e solicitou as exigências. À resposta de que só havia um rascunho, determinou, tragam esse rascunho. Graças ao Ministro Ney Braga logramos ver oficializada a Faculdade. Mas, no dia em que publicado o decreto, a teve o desplante de bater a porta da COFAP, onde o Presidente da FUABC, dr. José Amazonas, exercia uma diretoria, para exigir propina, sob a amaeaça de não publicação do decreto. Contava com a demora de uma semana ou mais para o Diário Oficial da União chegar a S. Paulo. Não sabia que o dr. Amazonas acabava de receber um telex comunicando a publicação. E a praga era uma alta patente...

Nevino Antonio Rocco é advogado e reside em São Bernardo do Campo/SP.

Fonte: Texto enviado por e-mail em 12/11/2014 e publicado com a autorização do autor.

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