como se anoitecesse e era manhã
postais da ria (183)
o meu país arde
o meu país arde
de abandono
e não há lágrimas
que apaguem
erros de anos
o meu país arde
de ter sido um dia
à beira mar plantado
da beira mar arrancados
os filhos mal amados
o meu país arde
o meu país arderá
até nada mais restar
que a memória do verde
e de terem havido árvores
que se tornaram naus e barcos
o meu país arde
como arderam os olhos
dos que partiram
quem se lembrou deles então?
(torreira; 8 de agosto de 2016)
https://ahcravo.com/2016/08/11/postais-da-ria-183/
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